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Entenda os motivos que levaram os andadores a serem proibidos no país

Entenda os motivos que levaram os andadores a serem proibidos no país

No início desta semana, uma liminar da Justiça de Passo Fundo (RS) proibiu as vendas dos andadores para bebês em todo o país. Além dos depoimentos médicos contra o famoso aparelho, também pesou o fato de que nenhuma marca comercializada no Brasil está dentro das normas do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Mas, afinal, eles são mesmo vilões infantis?
De acordo com o pediatra Marcelo Reibscheid, do Hospital e Maternidade São Luiz, e o ortopedista pediátrico Miguel Akkari, do Hospital Infantil Sabará e representante da Comissão de Interatividade Social da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, sim, ele é um grande problema. “Os andadores podem predispor a lesões e traumas e isso preocupa. O bebê pega impulso e velocidade e pode rolar escada abaixo ou cair”, explica Akkari.
Reibscheid diz, ainda, que ele não apenas predispõe como é o maior causador de traumas infantis, podendo levar a consequências muito graves, como a morte. “As mães usam para deixar os filhos sozinhos e seguros, mas é uma falsa impressão de segurança. A casa tem quinas, escadas e ele ainda pode virar um degrau para a criança pegar o que não deveria”, completa.
Desenvolvimento
Além de predispor acidentes, o aparelho ainda não traz nenhum benefício para o desenvolvimento do seu bebê, pelo contrário: “Criança que não fica no chão, não anda. Ela não tem coordenação e nem físico para isso, ele só roda ali. Se ela estiver tentando andar no chão o máximo que pode acontecer é ela cair de bumbum e ponto, faz parte do aprendizado”, diz Akkari.
“O andador atrapalha o desenvolvimento motor também porque o bebê fica apoiado como uma muleta e não consegue casar o centro gravitacional e geométrico necessários para andar. A criança tem que fazer isso naturalmente, primeiro sobre os quatro apoios e posteriormente levantando”, complementa Reibscheid.
Além disso, podem provocar alguns prejuízos, embora não definitivos, na coluna. “Esse prejuízo é por ficar apoiado para frente, na posição que não é natural, e por não fazer o fortalecimento dos membros inferiores que são essenciais. Não compre, isso é um crime”, alerta o pediatra.
Praticidade
Mais do que uma maneira de ajudar os pequenos, para ambos os especialistas o andador é uma facilidade para a mãe. No entanto, não vale a pena colocar uma vida em risco por conta disso. “No chiqueirinho o máximo que acontece é o bebê chorar. Pode ser chato, mas ninguém morre por isso”, garante Marcelo Reibscheid.“Nós todos conhecemos casos com andadores, mas nós não temos estatísticas completas no Brasil e isso é um problemão. Ainda não somos um país habituado a leis de proteção, e isso tem que mudar. O andador não traz nenhuma vantagem, essa é a conclusão”, finaliza.
Naiara Taborda
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